A Sprint Retrospective é um evento que depende demais da participação dos integrantes do time, e às vezes quem assume o papel de ScrumMaster precisa tirar um coelho da cartola para sair da mesmice e evitar a passividade do time.
Um jeito simples de fazer isso é ter critérios chave para que o time possa avaliar qualitativamente a Sprint que se passou. Mas quais critérios chave devemos utilizar?
Daniel Pink define através de experimentos em seu livro Drive que a Autonomia é um dos três pilares que sustentam a motivação das pessoas no trabalho. Podemos nos valer deste conceito para criar um modelo de retrospectiva mais participativa em 4 passos:
1 — Peça para o time pensar em critérios chave
Estabeleça um limite de tempo curto e escreva juntamente com o time quais fatores influenciam a qualidade do trabalho da equipe.
Lembre-se que a participação de todo o time Scrum é fundamental durante todas as etapas.
2 — Limite os critérios chave
Você pode usar dot voting para limitar os critérios chave que serão utilizados caso seja necessário. O ideal é ter entre 5 e 10 critérios ao final desta etapa.
Importante: Você pode optar por fundir 2 ou mais temas caso eles sejam muito parecidos, apenas lembre-se de fazer isso antes da votação.
3 — Peça para que cada membro do time avalie a última Sprint de acordo com os critérios mais votados
Aqui não precisamos fazer uma análise super detalhada. Podemos utilizar 3 níveis de satisfação, como um semáforo.
Exemplo: Uma pessoa pode votar verde para o critério Interrupções se acredita que foi pouco interrompida na Sprint passada.
Apenas atente-se para dois detalhes: certifique-se de que ninguém no time tenha dificuldades para distinguir as cores selecionadas e garanta que todos os membros avaliaram todos os critérios eleitos.
4 — Avalie junto com o time a evolução ao longo das Sprints
Um dos principais benefícios desta técnica é poder debater com o time o que tem influenciado cada a avaliação de cada critério, e ter um pequeno histórico pode ajudar bastante a perceber algumas tendências e possíveis correlações.
Olhar para uma avaliação conjunta de critérios que o próprio time estabeleceu é uma ótima forma de quebrar o gelo inicial de uma retrospectiva.
Esse pode ser o empurrãozinho inicial que o time precisa para começar a propor ações e experimentos com potencial para aprimorar sua forma de trabalho.
Autonomia na Retrospectiva was originally published in facta.works on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.